A sensibilidade alimentar pode ser causada pelo aumento da permeabilidade do intestino delgado, o que é conhecido como síndrome do intestino permeável. Quando essa barreira intestinal fica comprometida, componentes alimentares, toxinas e bactérias podem atravessar a parede intestinal com mais frequência e entrar na corrente sanguínea 1. Quando isso ocorre, anticorpos IgG contra antígenos não patogênicos provenientes dos alimentos são produzidos durante a resposta imune mediada por anticorpos (resposta humoral), formando complexos imunes (combinação entre o anticorpo e seu respectivo antígeno) 2.
A sensibilidade alimentar é uma reação generalizada a alimentos, frequentemente acompanhada por níveis elevados de anticorpos IgG específicos para determinados alimentos 3 4. Ao contrário de uma alergia alimentar, os sintomas da sensibilidade alimentar podem ser retardados por alguns dias após o consumo do alimento desencadeante. Devido ao período de reação retardada e sintomas ambíguos que imitam doenças comuns, pessoas com sensibilidade alimentar podem passar a vida sem perceber que possuem essa condição. Sintomas como distensão abdominal 6 7 4 8, inflamação 5, dores de cabeça e diarreia podem indicar sensibilidade alimentar 9.
Alergia alimentar é uma reação imunológica que ocorre logo após a ingestão de um alimento específico. Mesmo uma pequena quantidade do alimento causador pode provocar sintomas como distensão abdominal, urticária e dilatação das vias aéreas 10.
Dois componentes do sistema imunológico estão envolvidos nas alergias alimentares: a imunoglobulina E (IgE), tipo de anticorpo que circula pela corrente sanguínea, e os mastócitos, encontrados em todos os tecidos corporais, especialmente no nariz, garganta, pulmões, pele e trato digestivo 10 11.
Quando a IgE funciona corretamente, detecta gatilhos, como parasitas ou outras substâncias potencialmente perigosas, e instrui o corpo a produzir histamina. Tosse, chiado e urticária são sinais de histamina 10.
No entanto, a IgE também pode reagir a proteínas normais, fazendo com que o corpo responda a uma ou mais proteínas alimentares específicas. Quando você come algo, a proteína é digerida e absorvida pelo sistema. A IgE é liberada e se liga à superfície do mastócito. Devido à IgE, o alimento desencadeará sintomas por todo o corpo 12.
A IgE é uma proteína produzida em reação a um material estranho que entra no corpo. As sensibilidades alimentares são mais brandas e duram mais do que as alergias típicas mediadas por IgE 13.
As alergias alimentares causadas por IgE acontecem imediatamente ou pouco tempo após o consumo do alimento, mas a sensibilidade alimentar (IgG) leva algum tempo, de semanas a meses ou anos, para se manifestar 14.
Alguns estudos mostram que há uma ligação entre doenças específicas e a sensibilidade alimentar (IgG). Níveis elevados de anticorpos IgG contra vários alimentos ou aditivos alimentares estão frequentemente presentes. Por exemplo, altos níveis de anticorpos IgG foram encontrados em pacientes com dores de cabeça e enxaquecas, artrite, síndrome do intestino irritável, doenças inflamatórias intestinais, asma e uma variedade de outras doenças 15 9.
Abaixo, seguem exemplos adicionais de sensibilidade alimentar associada a doenças secundárias:
Achados similares foram identificados em pesquisas posteriores 26 5 27.
A EUROIMMUN disponibiliza o teste myfoodprofile, que inclui tiras de teste revestidas com 54 alimentos diferentes.
O kit myfoodprofile é utilizado para determinar anticorpos IgG humanos contra antígenos alimentares no soro, plasma EDTA, heparina ou citrato de maneira semiquantitativa in vitro. Os anticorpos IgG podem gerar complexos circulantes anticorpo/antígeno com antígenos alimentares, que podem aderir às paredes vasculares e causar distúrbios induzidos por complexos imunes ou agravar doenças inflamatórias existentes (sensibilidade alimentar).
Na primeira etapa da reação, as tiras do teste são umedecidas e incubadas com a amostra do paciente. Se a amostra contiver anticorpos IgG específicos, eles se ligarão aos componentes antigênicos presentes na tira. Em seguida, uma segunda incubação é realizada com um conjugado enzimático anti-IgG humano, que catalisa uma reação de cor usada para detectar os anticorpos ligados.
A sensibilidade alimentar é uma resposta imunológica a componentes dos alimentos. Ela é desencadeada pelo aumento da permeabilidade do intestino delgado — condição conhecida como síndrome do intestino permeável — que permite a passagem de fragmentos alimentares para a corrente sanguínea. Fatores como alterações na microbiota intestinal, uso de medicamentos, infecções, conservantes, álcool, nicotina e estresse podem contribuir para essa condição.
O sistema imunológico reconhece essas estruturas antigênicas como estranhas e passa a produzir anticorpos especializados da classe IgG. Essa resposta imunológica, que geralmente ocorre após um determinado período (de algumas horas a dias após a ingestão do alimento) provoca uma reação inflamatória que pode se tornar crônica. A inflamação crônica pode ocorrer em qualquer parte do corpo, não apenas no trato gastrointestinal. Os sintomas mais comuns incluem diarreia, constipação, distensão abdominal, náuseas, desconforto gástrico, síndrome do intestino irritável, enxaqueca, asma, doenças articulares, falta de concentração, problemas de pele e alterações de peso (sobrepeso ou baixo peso)
Geralmente, recomenda-se uma dieta de eliminação (ou exclusão) por um período determinado para aliviar os sintomas. Nessa dieta, a alimentação do paciente é restrita aos alimentos que apresentam baixos níveis de anticorpos IgG. Para limitar ou prevenir a permeabilidade da parede intestinal aos antígenos alimentares, também podem ser consideradas abordagens terapêuticas que melhorem a flora intestinal.
É impossível determinar se os sintomas de um paciente são causados por anticorpos contra alimentos específicos apenas com base na detecção de IgG. Os resultados do teste (myfoodprofile) devem ser usados somente como ponto de partida para um ajuste de dieta de curto prazo. Só a partir dessa intervenção, e não antes dela, é possível identificar possíveis conexões entre os sintomas e os alimentos. Dietas de exclusão que evitam alimentos com altos títulos de IgG têm demonstrado, em diversos estudos, reduzir os sintomas em várias condições clínicas.
Esta é uma tradução do texto originalmente produzido em inglês para o blog da EUROIMMUN: https://euroimmunus.blog/food-sensitivity/food-sensitivity/
Leia também:
myfoodprofile: um novo teste para o cultivo de hábitos alimentares realmente saudáveis
Referências:
Olá, sou a Josie,
a nova assistente virtual da
EUROIMMUN Brasil.