Reconhecida globalmente por seu compromisso com a inovação e a excelência científica, a EUROIMMUN se estabeleceu como uma referência na comunidade da medicina diagnóstica - no Brasil, essa estratégia ganhou força com o EUROHub, centro de produção e disseminação de conhecimento científico da companhia. Essa natureza científica está diretamente ligada a uma cultura organizacional que busca, mais do que nunca, valorizar a colaboração entre diferentes regiões e talentos.
Essa visão estratégica acompanha ainda uma transformação na liderança da empresa: em abril deste ano, Marcos Philippsen, principal executivo da operação no Brasil, assumiu também o comando da EUROIMMUN nas Américas, o que abarca América Latina, Estados Unidos e Canadá. Esse reconhecimento é também resultado do desempenho do time da subsidiária brasileira, que se tornou referência em diferentes áreas da corporação, como em serviços, inteligência comercial, vendas, marketing, recursos humanos e finanças.
Do Brasil aos Estados Unidos, as operações da EUROIMMUN nas Américas revelam essa sinergia: equipes técnicas e científicas que compartilham conhecimento, adaptando a abordagem de acordo com as necessidades específicas de cada mercado. É o que confirma Iswariya Venkataraman, diretora de assuntos científicos e estratégia de produto na EUROIMMUN nos Estados Unidos.
Nesta entrevista exclusiva ao EUROHub, a Ishu (como é conhecida dentro da EUROIMMUN), compartilhou a sua trajetória e os desafios de liderar ciência e marketing em um dos mercados mais regulados do mundo. Acompanhe essa conversa.
EUROHub - Conte sobre a sua trajetória como pesquisadora e como você acabou ingressando na EUROIMMUN. Além disso, de que maneira a sua formação científica moldou seu papel e suas contribuições na empresa?
Ishu - Claro. Tenho bacharelado e mestrado em biotecnologia, e sou originalmente da Índia. Depois de concluir meus estudos, me mudei para a Suécia com meu marido, quando tinha 25 anos. Inicialmente, queria trabalhar como assistente de laboratório, mas os professores me aconselharam a continuar os estudos formais, em vez de procurar um emprego imediatamente.
Então, me inscrevi em várias escolas de pós-graduação na Suécia e no norte da Europa, incluindo Copenhague, norte da Alemanha, Berlim, Hamburgo e Finlândia. Fui aceita em dois programas — um na Finlândia, literalmente onde o Papai Noel mora! — e o outro era um doutorado na Universidade de Lübeck. Esse doutorado foi financiado pela EUROIMMUN e tinha como foco o Alzheimer e a descoberta de novos marcadores para detecção da doença.
Em 2014, então, me mudei para Lübeck. Meu papel era dividido entre passar quatro dias por semana no laboratório da EUROIMMUN e um dia na universidade. Após um ano, meu orientador precisou se afastar por motivos pessoais, então continuei sob a supervisão do Dr. Lars Komorowski, atual diretor científico (CSO) da EUROIMMUN. Lars me lembrava Richard Feynman, o físico ganhador do Prêmio Nobel, conhecido por sua genialidade e estilo pouco convencional de mentoria. Carismático e intelectualmente inspirador, Lars raramente dava respostas diretas — em vez disso, ele me desafiava a pensar de forma independente e crítica a cada passo. Embora sua abordagem pudesse ser difícil às vezes, ela acabou me moldando como uma solucionadora de problemas resiliente e aprimorou minha capacidade de lidar com as complexidades do mundo real com confiança. Concluí meu doutorado em 2018.
EUROHub - E quais são as exigências e os desafios da sua posição atual, como diretora de estratégia de produtos e assuntos científicos nos Estados Unidos?
Ishu - Hoje, lidero tanto a área de assuntos científicos quanto a de marketing. A parte de assuntos científicos já está bem estruturada — mantemos uma comunicação científica consistente, diversas colaborações em pesquisa, produção de conteúdos e relacionamento com líderes de opinião para obter feedback sobre os produtos. Já no marketing, minha principal missão atual é estruturar a estratégia de marketing digital e gestão de produtos, tudo isso com uma equipe bastante enxuta.
Por exemplo, o mercado dos Estados Unidos é altamente regulado — cerca de 70% dos nossos produtos são usados apenas para fins de pesquisas. Então, as campanhas de marketing precisam ser cuidadosamente adaptadas. Promover com eficácia um portfólio de mais de três mil produtos com uma equipe enxuta é, sem dúvida, um grande desafio. É nesse contexto que minhas habilidades de resolução de problemas desempenham um papel fundamental, me permitindo avaliar a demanda do mercado, identificar prioridades estratégicas e ajustar os esforços de marketing de forma adequada. Somos uma equipe ágil, que aprende continuamente e implementa melhorias a cada novo trimestre.
EUROHub - É muito interessante como você, enquanto cientista, une as atividades de pesquisa com as de marketing, de forma a estabelecer uma comunicação eficiente com o mercado. Essa ponte é fundamental e a EUROIMMUN faz um forte trabalho nesse sentido em todo o mundo. Mas, na sua visão, o que faz da EUROIMMUN uma referência global em pesquisa científica e diagnóstico?
Ishu - Nossos produtos são muito específicos e de altíssima qualidade. Por exemplo, nossas lâminas de IFA têm dez vezes mais células mitóticas do que as dos concorrentes, o que facilita bastante a identificação de padrões pelos profissionais clínicos. Muito antes de a inteligência artificial generativa se tornar popular, a EUROIMMUN já havia integrado essa tecnologia aos nossos sistemas. O microscópio EUROPattern, por exemplo, que automatiza a microscopia de imunofluorescência desde o carregamento das lâminas até a interpretação dos resultados, utilizando redes neurais convolucionais profundas [tipo de arquitetura de aprendizagem usada principalmente para reconhecimento de imagens]. Isso é engenharia alemã de mais alto nível, respaldada por uma profunda expertise científica.
Claro, eu tenho um orgulho especial do nosso portfólio em neurologia autoimune — nossas pesquisas levaram à identificação de mais de 50 novos biomarcadores, o que nos consolidou como líderes de mercado nesse segmento nos Estados Unidos.
Nosso diferencial é realmente a ciência — cerca de 10% da nossa equipe é formada por cientistas. Não vendemos apenas produtos, vendemos soluções baseadas em evidência científica. Isso nos posiciona de forma muito forte no mercado. E eu destaco especialmente a equipe excepcional que temos aqui nos Estados Unidos, incluindo muitos doutores e especialistas em suas áreas, cuja dedicação e expertise continuam impulsionando a excelência científica e a credibilidade da EUROIMMUN. São eles:
EUROHub - De que maneira você vê a colaboração entre as regiões em que a EUROIMMUN atua?
Ishu - Estou animada com as oportunidades de visitar o Brasil e estreitar ainda mais a nossa colaboração. É uma via de mão dupla — quanto mais aprendermos sobre os mercados e pontos fortes uns dos outros, mais vamos conseguir inovar juntos.
Olá, sou a Josie,
a nova assistente virtual da
EUROIMMUN Brasil.