Instruções de Uso
News
EUROIMMUN Blog
Euroimmun News Bioma Genetics: teste de sensibilidade alimentar da EUROIMMUN entra para o portfólio de saúde intestinal na empresa brasileira

Bioma Genetics: teste de sensibilidade alimentar da EUROIMMUN entra para o portfólio de saúde intestinal na empresa brasileira

19 de Março de 2024
Artigos & Matérias
Por equipe EUROHub, centro de geração e disseminação do saber científico da EUROIMMUN Brasil

O myfoodprofle terá seu resultado integrado ao sequenciamento genético da microbiota intestinal para garantir uma informação ainda mais completa e individualizada de cada paciente

Rafael Malagoli Rocha se autodefine como um cientista de formação. Com um extenso currículo na área de biologia molecular, atua no mercado da medicina diagnóstica há mais de 20 anos, transitando entre os nem sempre conectados mundos da academia e do mercado. Depois da graduação em Biologia Molecular, realizou o Doutorado em Morfologia Molecular associada ao câncer de mama na Faculdade de Medicina de Londres, instituição vinculada à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e emendou o pós-doutorado estudando células tumorais circulantes na Universidade de Hamburgo, na Alemanha.

A investigação na área de oncologia tinha uma razão de ser. Por mais de uma década, Malagoli trabalhou no A.C. Camargo Cancer Center e reconhece que foi ali onde sua formação científica de fato se concretizou. Nesse período, publicou mais de cem artigos em periódicos científicos renomados, como Nature, Science e Cancer Cell, e todo esse conhecimento de metodologia científica ficaria para sempre arraigado em seus projetos futuros, como a Bioma Genetics, healthtech pioneira na prestação de serviços de sequenciamento de microbioma humano no Brasil, tendo como base a consolidação de pesquisas científicas.

O primeiro contato com o estudo da microbiota humana também aconteceu durante o período que passou no A.C. Camargo. No início, a motivação dos estudos era avaliar o impacto do microbioma no aparecimento do câncer e na progressão tumoral. A partir disso, ele voltou-se à medicina genética e nela permanece até hoje, ocupando a posição de CEO da Bioma Genetics. 

A empresa, lançada em 2018, tem o intuito de oferecer diagnósticos e prognósticos  e valores preditivos para as indicações terapêuticas dos pacientes, sempre tendo em foco o microbioma humano. No caso da saúde intestinal, desde 2011-2012, o sequenciamento genético da microbiota tem demonstrado grande potencial de melhorar a qualidade de vida de pacientes que sofrem de doenças crônicas inflamatórias, pois garante as informações necessárias para uma modulação das populações de bactérias ali presentes.

Em termos de ciência, esse trabalho é realmente algo tão recente quanto promissor, como explica Malagoli: “A avaliação da microbiota intestinal como fator preditivo de resposta terapêutica dentro da oncologia ou outras áreas é mais recente ainda, começou em 2018-2019. Portanto, faz apenas seis anos que estamos olhando a genética das bactérias do intestino dos pacientes com o propósito de tratá-lo.”

Outra novidade que é a utilização dos novos kits do myfoodprofile trazidos ao Brasil pela EUROIMMUN. Eles servem para a análise criteriosa de sensibilidade alimentar e outras manifestações alimentares que provocam sintomas clínicos inespecíficos, como dores de cabeça e manifestações na pele, entre outros. O EUROHub conversou com Malagoli para entender mais sobre esse portfólio de saúde intestinal da Bioma Genetics, além das novidades que ainda estão por vir. Acompanhe a seguir os melhores momentos do bate-papo:

A Bioma Genetics está focada em um novo campo da medicina diagnóstica, que é o sequenciamento genético da microbiota intestinal. Pode nos explicar como isso é feito?
Rafael Malagoli Rocha: Nós somos a primeira empresa a prover esse tipo de teste no Brasil. Para tal, os pacientes realizam a autocoleta de uma amostra de fezes e nos enviam para que todo o material genético das bactérias que habitam o intestino seja extraído e sequenciado. Depois disso, é feita a chamada taxonomização, ou seja, a classificação biológica desses microrganismos até chegar ao nível de espécies. É assim que nós conseguimos separar e identificar as diferentes espécies bacterianas que compõem uma determinada microbiota intestinal. O interessante é que cada ser humano tem uma composição diferente e única, como se fosse uma impressão digital.

Isso significa então que não é possível modificar a microbiota intestinal?
Malagoli: A microbiota intestinal nos acompanha de forma plástica e perene ao longo da vida. Mesmo quando ocorre uma mudança de estilo de vida, o que acontece é um aumento ou uma diminuição de determinada espécie bacteriana. De modo geral, a proporção de população de diferentes espécies se mantém. E isso coloca o nosso organismo em diversas situações de saúde ou de doença. 

“O estudo detalhado da microbiota intestinal de cada paciente permite que seja montado um tratamento sob medida para a melhora de sintomas clínicos, como diarreia, constipação e gases , ou para a remissão de doenças crônicas como dermatite atópica, psoríase, doença de Crohn e retocolite  ulcerativa, entre outras manifestações inflamatórias”


Rafael Malagoli Rocha, MBA, MSC, PhD., é biomédico e CEO da Bioma Genetics.

Rafael Malagoli Rocha, MBA, MSC, PhD., é biomédico e CEO da Bioma Genetics.

 

Quais são as doenças que podem ser influenciadas pelo aumento de determinadas espécies bacterianas presentes no intestino?
Malagoli: As doenças inflamatórias intestinais, como síndrome do intestino irritado, doença de Crohn e retocolite ulcerativa;  inflamações  sistêmicas e certas manifestações cutâneas autoimunes, como as dermatites atópicas, psoríases e urticárias; e certas alergias. Também é comprovado que a disbiose, ou seja, o desbalanço das populações de bactérias no intestino, pode levar a quadros de depressão e ansiedade; bem como provocar sintomas gastrointestinais, como diarreia, constipação, excesso de gases e até halitose. 

Então, a partir do sequenciamento genético dessa microbiota, o que pode ser feito?
Malagoli: Com a análise desses dados, é possível regular a microbiota intestinal e suas respostas imunes inflamatórias, bem como a produção de neurotransmissores  que podem ajudar na manutenção da saúde mental. Mas, além disso, um ponto ainda mais interessante é que, diferentemente do estudo genético, que só identifica os nossos genes, o sequenciamento genético da microbiota permite a sua modulação. Ou seja, é possível desenhar um tratamento específico e individualizado para balancear as populações bacterianas presentes. Dessa forma, é possível tanto aliviar os sintomas clínicos em uma doença aguda como proporcionar um maior tempo de remissão de doenças crônicas. Se depois de fazer esse tratamento o paciente melhorar, não é necessário refazer o teste.

“Tanto médicos de especialidades quanto  nutricionistas podem indicar o sequenciamento genético da microbiota intestinal. Basta que sejam observados sintomas correlacionados para que seja solicitada a investigação das espécies de bactérias que habitam o organismo do paciente”

Outro tema bastante em voga sobre saúde intestinal é a sensibilidade alimentar. Existe um exame que só faz esse tipo de análise, correto?
Malagoli: Sim. Com os dois exames juntos [sensibilidade alimentar e sequenciamento genético da microbiota intestinal] é como se conseguíssemos enxergar o metabolismo de um paciente com microscópio eletrônico, fazendo uma analogia. Isso porque o exame de sensibilidade alimentar analisa a reação do paciente quando em contato com um determinado alimento. Atualmente, o kit myfoodprofile, da EUROIMMUN Brasil, que usamos na Bioma Genetics, tem versões para a análise de 54, 108 ou até 216 alimentos diferentes. É importante deixar claro que não se trata de um teste de alergia alimentar, já que o kit vai investigar a produção de anticorpos do tipo IgG que, quando em excesso, podem levar a um sintoma inespecífico.


Pode dar um exemplo desse tipo de sintoma?
Malagoli: Pense em uma pessoa com sensibilidade alimentar para castanhas, por exemplo. Se ela comer esse alimento, não terá uma reação imediata - como ficar com os olhos e a boca inchados ou vermelhos -, como acontece em casos de alergia alimentar. O comum é que dias depois da ingestão a pessoa apresente uma enxaqueca ou uma diarreia. Portanto, é muito difícil ligar causa e consequência no organismo, especialmente porque depois desse alimento a pessoa já comeu muitas outras coisas. Depois de feito o teste, apenas com a retirada do alimento sensível ao paciente da sua dieta diária, ele já deixa de apresentar o sintoma que tanto o incomodava. 

“Pessoas com sensibilidade alimentar apresentam sintomas inespecíficos - em que é difícil conectar causa e consequência -, tardios e ligados ao aumentos de anticorpos do tipo IgG no organismo. Por isso é muito diferente da alergia alimentar” 

Por que é importante associar o teste de sensibilidade alimentar com o sequenciamento genético da microbiota intestinal?
Malagoli: Pacientes com sintomas clínicos recorrentes podem se beneficiar ao fazer os dois testes, pois assim eles conseguem avaliar tanto casos de sensibilidade alimentar quanto  um quadro de disbiose que possam ser a causa dos incômodos. Somente a partir  dessas informações será  possível agir de fato na causa do problema. 

Por fim, o que vocês estão projetando de novidades para a avaliação da saúde intestinal nesse ano?
Malagoli: Já estamos desenvolvendo ferramentas de bioinformática que irão integrar os resultados da microbiota intestinal com os resultados de outros exames genéticos  e o teste de sensibilidade alimentar. A nossa expectativa é começar a gerar resultados integrados a partir de tecnologias de inteligência artificial e aprendizado de máquina para potencializar a elaboração da conduta terapêutica para cada paciente. 


Leia também:
myfoodprofile: um novo teste para o cultivo de hábitos alimentares realmente saudáveis 

Para saber mais sobre microbiota intestinal: 
Human Genetics Shape the Gut Microbiome  
Host Genetics and Gut Microbiome: Challenges and Perspectives 

Comparative Population Genetics in the Human Gut Microbiome

 

Receba nossas
Novidades
A EUROIMMUN une o saber cientifíco, a excelência e o comprometimento com a vida para acelerar os avanços da medicina diagnóstica e, assim, construir uma sociedade mais saudável.

Informações para Contato

Alameda Terracota 215, Torre Union, 6º andar
Espaço Cerâmica - São Caetano do Sul
São Paulo - SP
Todos os direitos reservados - EUROIMMUN Brasil Medicina Diagnóstica

A EUROIMMUN se preocupa com você e sua privacidade

O nosso site usa cookies e outras tecnologias para personalizar a sua experiência e compreender como você e os outros visitantes usam o nosso site. Ao navegar pelo site, coletaremos tais informações para utilizá-las com estas finalidades. Caso não aceite, não faremos este rastreio, mas ainda usaremos os cookies necessários para o correto funcionamento do site.
Aceito
Saiba mais