Dermatomicoses por fungos: detecção precoce é a chave do tratamento

Primeiro caso de tinea corporis em criança, transmitida por porquinho-da-índia, é diagnosticado na cidade do Rio de Janeiro. Mas o que você precisa saber sobre isso?

Resumo da notícia
>Foi detectada no Brasil a primeira dermatomicose causada por um fungo transmitido pelo porquinho-da-índia.
>O caso foi diagnosticado em uma criança de 10 anos de idade no consultório da Dra. Cristina Longo, dermatologista (RJ).
>A identificação do patógeno correto, por meio da genética molecular, pode garantir o diagnóstico preciso para o início de um tratamento eficaz.
>Crianças com dermatomicoses devem sempre receber tratamento o mais rápido possível.

O fungo Trichophyton benhamiae, presente na pele de porquinhos-da-índia, é o dermatófito zoofílico mais frequentemente associado a infecções de pele em crianças. Mas, embora sua identificação possa ser clínica, exames genéticos moleculares podem garantir um diagnóstico rápido e preciso, para o início imediato do tratamento.

Os testes feitos com a metodologia PCR, além de serem altamente sensíveis e específicos, dão mais agilidade ao início do tratamento, o que é fundamental nesses casos, uma vez que esse tipo de infecção de pele, que atinge o corpo e/ou o couro cabeludo das crianças, provoca sintomas severos e dolorosos.

Além disso, esses mesmos exames de genética molecular podem detectar o patógeno exato em questão mesmo quando o tratamento já estiver em curso. Isso é especialmente importante no caso do Trichophyton benhamiae porque o tratamento costuma ser sistêmico. Veja o vídeo abaixo.

Melhores momentos do vídeo (com legenda em inglês)

• O fungo Trichophyton benhamiae pode ser confundido com outros patógenos na cultura  (saiba mais  a partir de 1’00” do vídeo)
• Testes de genética molecular garantem um diagnóstico preciso e rápido (a partir de 1’20”)

Entenda o caso brasileiro

• Uma menina de 10 anos de idade, perfeitamente saudável, foi a primeira paciente brasileira a ser diagnosticada com tinea corporis, transmitida por porquinho-da-índia. Ela convivia com o animal há um mês e ele também desenvolveu feridas na pele após 10 dias.
• A paciente apresentava múltiplas lesões de pele no colo, na região submandibular, antebraço esquerdo e região escapular direita. As lesões variavam entre 2 e 6 cm de diâmetro.
• O fungo Trichophyton benhamiae foi identificado por exame micológico direto das escamas da pele, por meio de características proteômicas e moleculares.
• A identificação do fungo é desafiadora para o técnico do laboratório, porque a cor amarelada observada no exame macromorfológico da colônia sugere Microsporum canis. No entanto, a micromorfologia é mais sugestiva de T. mentagrophytes. Testes de genética molecular podem  identificar o Trichophyton benhamiae com exatidão. 
• O tratamento adotado durou 4 semanas e foi usado terbinafina oral 250 mg/dia com o resultado da resolução completa das lesões. Já o porquinho-da-índia foi tratado com clotrimazol creme por duas semanas.

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