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Medicina diagnóstica é chave para descoberta e tratamento precoce do Alzheimer

25 de Março de 2024
Artigos & Matérias
Por equipe EUROHub, hub de geração e disseminação do saber científico da EUROIMMUN Brasil

Em projeto de pesquisa, neurologistas brasileiras estudam eficácia do uso de testes laboratoriais in vitro que detectam biomarcadores beta-amiloides no sangue para identificar a doença antes dos primeiros sintomas

Já são 50 milhões de pessoas no mundo que convivem com os desafios de ter demência e a expectativa é que esse número triplique até 2050, sendo que dois terços dessas pessoas estarão vivendo em países de baixa e média rendas e, portanto, com maior vulnerabilidade econômica para o acesso aos tratamentos. Nesse universo, entre 60% a 90% dos casos serão doença de Alzheimer, a principal causa conhecida de demência.

Embora os casos aumentem, ainda é comum que o diagnóstico de Alzheimer chegue de forma tardia ao paciente, quando a perda progressiva da memória e o declínio cognitivo estão avançados de tal forma que não é mais possível se beneficiar de um tratamento precoce que impactaria diretamente a qualidade de vida nos anos seguintes. Por isso, a identificação quantitativa de um biomarcador que mostre o aparecimento da doença antes dos primeiros sintomas é um dos principais focos de pesquisas científicas e da medicina diagnóstica nos últimos anos.

Esse é justamente o tema do projeto de pesquisa de mestrado da neurologista Izadora Zaiden, sob orientação da também neurologista Alzira Alves de Siqueira Carvalho, professora assistente/responsável pelo serviço de doenças neuromusculares do Centro Universitário FMABC e orientadora da pós-graduação em Neurologia na mesma instituição. Em parceria com a Universidade Federal de Goiás e com a participação de um aluno da pós-graduação do professor Leonardo Ferreira Caixeta, um número expressivo de voluntários será testado para que as pesquisadoras possam desenvolver duas teses distintas sobre a eficácia de um diagnóstico precoce do Alzheimer, a partir da dosagem de biomarcadores das proteínas beta-amiloides e TAU no soro.

“Nosso objetivo de pesquisa é padronizar ou aferir se as reações das proteínas beta-amiloides são sensíveis o suficiente no líquor e no sangue para o diagnóstico precoce do Alzheimer”,
Alzira Alves de Siqueira Carvalho, professora assistente/responsável pelo serviço de doenças neuromusculares do Centro Universitário FMABC

Para explicar melhor sua hipótese de pesquisa, Izadora recorre à definição biológica do Alzheimer, que consiste no acúmulo extracelular da proteína beta-amiloide e intracelular de emaranhados neurofibrilares de proteína TAU: “A ciência já sabe que esse acúmulo das proteínas começa a acontecer cerca de 10 a 20 anos antes do aparecimento dos primeiros sintomas, gerando uma toxicidade sináptica e neuronal que provoca a morte de neurônios. Mas os sinais da doença surgem depois de décadas e normalmente são bem subjetivos, como uma queixa do próprio paciente sobre falhas em seu desempenho cognitivo”. 

Sabendo que o tempo entre o início fisiológico da doença e o comprometimento cognitivo funcional do paciente é bastante longo, e que hoje já existe uma perspectiva do desenvolvimento de uma terapia modificadora da doença, a estimativa das pesquisadoras é que, em um futuro bastante próximo, exista uma alternativa terapêutica capaz de evitar a evolução do Alzheimer antes do início dos sintomas, ou nas fases mais iniciais da doença. 

E, para isso, é preciso diagnosticar o quanto antes. “Vamos  investigar quantitativamente o perfil de biomarcadores como beta-amiloide 1-42, beta-amiloide 1-40, proteína TAU fosforilada e TAU total no líquor e no sangue de pacientes com Alzheimer, tanto naqueles com as formas clássicas da doença (amnésicas) quanto com as atípicas,  para comparar esse perfil quantitativo com uma população controle brasileira sem nenhum comprometimento cognitivo”, explica Izadora.

“Nossa expectativa é que, em um futuro próximo, seja possível realizar um teste laboratorial em busca de biomarcadores em amostras de sangue, um material biológico bastante acessível, barato e não-invasivo, que pode permitir um screening para identificar o grupo de pessoas com maior suscetibilidade de desenvolver Alzheimer no futuro” Izadora Zaiden, residente de neurologia da FMABC


Ao final do estudo, a expectativa é que seja estabelecido um ponto de corte para todos esses biomarcadores, no líquor e no sangue, justamente para o diagnóstico sorológico precoce da doença. “Também investigaremos as diferenças quantitativas entre os pacientes já diagnosticados para acompanhar esses dados na população brasileira, procurando diferenças importantes na quantidade de biomarcadores”, enfatiza Izadora, lembrando que todos os kits diagnósticos para a realização desta pesquisa inédita estão sendo cedidos pela EUROIMMUN Brasil.

Além dos biomarcadores, também serão investigadas as suscetibilidades genéticas para o Alzheimer, por meio da testagem do genótipo da apolipoproteína E (ApoE), especialmente o alelo 4 que, em heterozigose, pode aumentar entre três e quatro vezes o risco do desenvolvimento da doença e, entre 12 a 15 vezes, quando em homozigose. 

“Ainda não existem esses pontos de cortes dos biomarcadores especificamente para a população brasileira, que tem como característica intrínseca a miscigenação. Os estudos acabam focando em populações americanas e europeias, com características étnicas distintas das nossas”, justifica Izadora.

Em tempo, a combinação dos testes laboratoriais in vitro em busca de biomarcadores juntamente com a realização dos exames genéticos aumentam muito a acurácia diagnóstica e diminuem a necessidade de exames complementares.

Com o sucesso de iniciativas como as das pesquisadoras da UFABC, será possível até mesmo pensar em adotar medidas de prevenção e/ou o planejamento de medidas de melhor qualidade de vida a determinados pacientes, considerando o prognóstico descoberto pela medicina diagnóstica. “Com uma futura triagem feita a partir da quantificação da beta-amiloide, será possível até mesmo identificar os pacientes que mais se beneficiarão do tratamento com anticorpo monoclonal, ainda em uma fase pré-sintomática”, acredita Alzira. 


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